quinta-feira, 21 de junho de 2012

sociedade civil [tem dias!]


Hoje aconteceu-me uma daquelas capazes de me tirar do sério. Eu já não sou boa de assoar, mas prezo muito a minha educação e elegância. Para me fazerem descer daí, hoje em dia, já é preciso que me pisem bem os calos. Pois que estava eu em frente a um centro comercial bastante movimentado, onde costumo estacionar na rua sempre que possível. Vejo um sinal de marcha atrás e abro o pisca. Atrás de mim uns 3 ou 4 carros à espera que quem estava de saída fizesse a dita manobra. Eis se não quando, o carro em sentido contrário, acabado de chegar já que nem chegou a ficar imobilizado, entra no lugar pelo qual eu pacientemente esperava. Eu fiz sinal de luzes, nada. Apitei uma vez, nada. Apitei a segunda, nada. Ouvi mais alguém a apitar atrás de mim. Não vou de modas: vai de puxar o travão de mão, puxar a chave da ingniçao, e lá vai ela. Fui direito à esperta [era obviamente mais esperta que todos nós os camelos que lá esperavam]. Comigo, saíram todas as pessoas dos carros atrás de mim para assistir ao espectáculo. Não se deu, porque eu sou uma senhora [a esperta era a outra]. Bati vigorosamente no vidro atrás do qual a esperta [chamemos-lhe assim para facilitar] fingia a invisibilidade. Ela abriu uma frecha e eu inquiri " a senhora vai tirar daqui o seu carro não vai?!". Ela olha-me com ar de surpresa e diz que já lá estava a mais tempo. Ripostei dizendo que não estava, tanto que nem parou o carro! Fecha o vidro. Penso para dentro: a p#ta hãn!? A minha vontade seria de sacar da chave e riscar-lhe o carro todo do frontespício à traseira. E atrás de mim ouviam-se as pessoas "É assim mesmo!! Dá-le!". Apesar do apoio das massas, decidi não perder a razão e deixar as acções para quem as pratica. Lancei o meu melhor olhar nojo e virei costas. para tudo na vida, acredito que a justiça divina tarda mas não falha. Percebi que depois de mim foi lá o condutor que se seguia perguntar à esperta se não tinha vergonha. Eu já sabia que não. Mas ainda assim, foi bom saber que ainda há quem se revolte contra a esperteza alheia. É a sociedade que temos.

Ju*

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