quarta-feira, 2 de maio de 2012

Salve-se quem puder


Parece que aquilo ontem foi um verdadeiro pandemónio lá para os lados da conhecida marca de hipermercados. Estes senhores, que não param de nos surpreender, seja pelas melodias ensurdecedoras e insuportáveis, pela publicidade que vemos trezentas e cinquenta e sete vezes sempre que ligamos a televisão, pelos cabazes atrativos ou pelo caos que impera na maioria das suas lojas, decidiram "honrar" o dia do trabalhador com uma oferta apetecível. Aquilo até era porreiro, gastar trezentos euros em compras e só pagar metade!! Pena é que os responsáveis pela campanha, se tenham esquecido da parte mais importante (tenham sido imprudentes, incompetentes ou até mesmo ignorantes, vá!): atualmente, uma grande percentagem das famílias portuguesas deixou de viver para passar apenas a sobreviver. E, infelizmente e graças a muitos, isto é que é a realidade pura e dura. As pessoas já não querem saber se vão aqui ou ali, se compram português ou chinês, querem apenas gastar o menos possível, simplesmente porque não têm mais para gastar. Foram, por isso, lançados iscos às dezenas, para pessoas aos milhares. Ora, posto isto, os responsáveis pela dita campanha, só têm que se encher de coragem, assumir as responsabilidades de tamanha "fraude publicitária" e esperar que isto não vire um caso de polícia.


Claro está que depois, como é comum no espírito de uma franja significativa de "animais" que habitam e passeiam pelo nosso país, há sempre espaço para a velha questão: "Como é que eu posso ganhar alguma coisa com esta desgraça?" O que não falta é originalidade e descontração, e houve mesmo quem se apoderasse de carrinhos de compras e depois os alugasse por 10 euros cada um!! Uma vergonha.


Foi um salve-se quem puder, à semelhança do enredo engendrado pelo falecido prémio Nobel da literatura no seu "Ensaio sobre a cegueira", ele que afinal sabia onde isto tudo ia parar. Só não haviam tantos cegos, mas era como se estivessem.


Bjs, mãe

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